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As Estrelas Cadentes

Arnaldo Antunes / Ortinho

 

As estrelas cadentes não caem mais

A correnteza do rio ficou pra trás

As histórias reais foram contadas da boca pra fora

 

A lagoa não reflete mais nós dois

Nos cabelos não restou um grão de arroz

Desde que o futuro foi embora

 

E aí

É assim

Nosso amor se acabou

Mas a vida continuou

 

E então

Tudo bem

Há de haver outro alguém

Na estrada por onde eu for

 

Para a chuva molhar o deserto

E as correntes tomarem o rumo certo

Das lágrimas caídas nos vasos regados nascerem flores

 

E as abelhas beberem o pólen delas

E as lagartas comerem as folhas delas

Transformando em vida nova todos os velhos amores

 

E aí

É assim

Nosso amor se acabou

Mas a vida continuou

 

E então

Tudo bem

Há de haver outro alguém

Na estrada por onde eu for

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Já É, Arnaldo Antunes, 2015

Ao Vivo em Lisboa, Arnaldo Antunes, 2017

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